quinta-feira, 28 de junho de 2012

A genialidade do óbvio





E que venha mais um filme que surpreenda!

Estava sedenta por uma nova produção que movimentasse minhas ideias e meu juízo. Mas, devendo para a sala escura há semanas, algo me dizia que teria que escolher a dedo, e com muita calma, a próxima sessão para que não saísse pensando "mais do mesmo".

Mas como só o apagar das luzes já me encanta, um convite para o cinema é difícil de ser recusado, e como foi convite, o filme já estava selecionado. E eu aceitei.

"Apenas uma Noite". Não gosto de ler sinopses, então fui apenas com a referência que já tinha: um filme sobre traição, com reviravolta, e Keira Knightley (Orgulho e Preconceito) no elenco. As referências não eram assim muito boas, afinal, a atriz não me agrada muito, a reviravolta quase nunca acontece e traição já está infinitamente batido como tema de um filme. Mas eu fui sabendo que ia gostar, já que "não gostei" não é muito usado por mim quando falamos de filme.

Um tema batido, mas que sempre merece uma nova abordagem: esse conseguiu. O filme é bom, muito bom mesmo. Ele é real, plausível, coerente em todos os momentos. É uma história tão possível, tão esperada e ali, na grande tela, te envolve do início ao fim. É uma sequência de perguntas, "Como lidar?", "o que fazer?", "o que é confiança?", "o que é lealdade?", "Até que ponto a verdade é necessária?".

O melhor é que no meio da trama, você se pega torcendo para que algo aconteça, mas se surpreende com sua própria posição. E muda de opinião. E tenta adivinhar o que vai acontecer. E erra.

É uma sequência de cenas muito bem planejadas e, como disse o amigo ao lado, repertório para se, ou quando, você se encontrar em uma situação parecida, algo como "opções do que fazer nessa situação".

A trilha sonora aparece na hora certa, a fotografia é linda, combina perfeitamente com a atualidade dos personagens, temas, locais.

Massy Tadjedin assina o roteiro, a produção e a direção. Eva Mendes (Hitch), Sam Worthington (Avatar) e Griffin Dunne (director de Da Magia à Sedução) estão no elenco. E estão muito bem.

Menção honrosa ao talentoso, fofo, querido e lindo Guillaume Canet (do incrível Jeux d’Enfants). Um sucesso na França, o ator conquistou seu espaço. Uma ótima interpretação – mas as chances de sair de lá apaixonada por ele buscando um brigadeiro para compensar, é grande, está no pacote.

Se você não precisa de Truffaut para se encantar com um filme, adora ver realidades muito bem narradas na telona e procura histórias possíveis, aproveite enquanto está no cinema. Apenas uma Noite, definitivamente um ótimo filme.

3 comentários:

Unknown disse...

Eu já gosto da Keira, pq amo aquela versão com ela de Orgulho e Preconceito. O sotaque inglês... enfim, valeu a dica!!

Marianna D'Amore disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Marianna D'Amore disse...

Wal !

Seguindo a linha de Orgulho & Preconceito + Keira, indico Desejo e Reparaçao.

É excelente e ela está muito, muito bem. Indico com louvor ! :)