sábado, 5 de março de 2011

Saudades de nada

Sabe quando você sente saudades do que não viveu?


Saudades do que não teve, não experimentou, não tentou, não provou ou aprovou?


Hoje a saudade que sinto é do que não existe na memória, nos registros. Não estão nos autos dos acontecimentos passados e nem sequer aparecerão nos do futuro.


Estranho perceber esse sentimento quando o fato não existiu, é quase um questionamento descabido "saudades do quê, exatamente?".


E se os poetas já disseram que nem tudo se explica, vamos nos conformar e viver com a saudade, da maneira não ortodoxa que ela se apresenta, na inadequação de sentimentos que ela se encaixa. Ou desencaixa.


Saudade aperta o peito, machuca que só. Mas não sei que lado que machuca, só sei que dói.


Hoje sinto saudades do nada, porque é o nada que tive, é o nada que tenho. E mesmo assim, deixou saudades.


Ai, que saudade desse nada tão querido, tão especial, tão inesquecível. Mas que no fundo, é de fato nada.

2 comentários:

Regis Washington disse...

Olá; Sou grande admirador das suas postagens.

Tive um blog antigamente, e quero voltar este ano, e o seu foi um que me motivou a voltar a escrever. Parabens.

Meu MSN: iam@regiswa.com

Marianna D'Amore disse...

Regis! Muito obrigada pelo apoio, pela leitura, pelo comentário !!!
Escreva...sempre! As palavras incentivam, curam, incendeiam e apagam ao mesmo tempo !!!

Abraços!