Nenhuma história é curta. Nem todas são longas, mas podemos sempre tentar encurtá-las ou alongá-las, como assim nos convier. Sou fã dos detalhes, aqueles que apimentam, instigam, criam suspense, cenário e vida para uma narrativa. Mas quando a história não é tão boa, nada como ser curto e grosso, como um típico exemplar da espécie masculina.
Algumas histórias, no entanto, poderiam ser bem longas, cheias de "poréns", mas conseguem ser contadas em apenas alguns minutos, com a mesma magia dos detalhes, das cores e sabores das horas de duração. Conseguem até se tornarem mágicas por isso.
Como exemplos, curtas-metragens e filmes publicitários. Os curtas são aquelas histórias que geralmente não renderiam um longa ou que até renderiam, mas o dinheiro de longo não tem nada, então 20 minutos é o que se pode fazer. O filme publicitário é aquele que tem, na sua essência, a exclusiva função de convencer alguém a comprar algo do qual não precisa. Eis que surgem cineastas metidos a publicitários, com dinheiro, espaço, um bom roteirista e uma ideia na cabeça e a faz ser mágica. Acontece!
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| O doce meio de comunicação dos personagens de Signs |
Voltando aos curtas, me tornei uma grande fã deles, parece que são aquela ponta de esperança de um iniciante cineasta de fazer, um dia, um grande filme. Honrosos aqueles que conseguem fazer um grande filme em apenas 15 minutos, eles me surpreendem e me fazem querer mais.
O Brasil é um grande produtor de “grandes curtas”, com historinhas bem interessantes e bem contadas. Mas isso não é exclusividade nossa. Claro. Pelo mundo todo tem gente contando as mais diferentes histórias de amor, humor, suspense e muitas bizarrices em alguns minutos. Curtíssimos, de cinco minutinhos ou simplesmente curtos, de 10, 12, 15 minutos, eles deixam marcas, conseguem ter começo, meio e fim e serem especiais, rapidinho. Mas brilhantemente.
O curta que me surpreendeu essa semana foi “Signs” de Patrick Hughes. Uma historia nada brasileira, mas bem que poderia acontecer em São Paulo com você ou com aquele cara aí do lado. Um homem solitário conhece alguém que propõe uma relação diferente, mas moderninha. Sem toques ou palavras (pelo menos não palavras ditas), eles se conquistam.
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| Cena do filme publicitário Igrejas, de Heitor Dhalia |
Bem bonitinha, bem contada, bem intencionada. Antes que vocês, homens, assistam e achem romantismo exacerbado, sem propósito, aquela velha história de “cavalo branco” isso que Hughes conta pode sim acontecer. Pode não ser corriqueiro, pode não ter acontecido com você, mas fala a verdade: bem que vocês gostariam sim de uma história surpreendente, incrível, totalmente diferente e inesperada. Mesmo que não sejam românticos como as mulheres, vocês também têm sonhos e pensamentos incomuns. O mocinho do filme protagonizou uma historinha moderna, mas nada utópica. Assistam e tirem suas conclusões.
Voltando à publicidade, uma historinha que responde, lindamente, à pergunta: o que as mulheres querem? Do diretor Heitor Dhalia, o filminho de 1 minuto e meio da Canon é encantador, simples, contagiante e causa inveja. Mulheres, contenham-se. Antes que achem que o personagem do comercial seja o príncipe encantado, não é nada. No mínimo tirou fotos não tão boas assim, não quis se comprometer no começo da relação e a traiu enquanto não decidiram assumir publicamente uma relação estável. Mas OK, quando apaixonado ele não teve medo de demonstrar seu amor, simples e encantadoramente. E tem mais: se nada disso for possível mesmo, então um “viva!” para o drama, que possibilita o impossível!
Para quem ficou curioso, “Signs”, o curta-metragem de Patrick Hughes, está no You Tube. E o comercial dirigido por Heitor Dhalia, “Igrejas” também está. Divirta-se!


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