Mari D'Amore |
Porque até amor acaba.
O tesão se vai. O interesse se desintegra. A curiosidade
atinge seu limite.
Aquela vontade de se ver não é mais diária, acontece de vez
em quando até que acontece nunca mais.
As perguntas cessam, o frio na barriga se despede, o carinho perde o
sentido.
Aquele abraço não faz tanta falta, você não sonha mais com
ele todas as manhãs.
O brilho se apaga. A beleza se desfaz. A vontade parece
saciada.
Você não pensa mais naquela pessoa assim que acorda, nem
sonha mais com ela à noite.
O encanto desaparece, a ansiedade termina, o frio na barriga
não se repete.
As lembranças não rondam mais seus pensamentos ao longo do
dia, aquela música especial não te faz mais sorrir quando toca.
O ciúme torna-se inexistente. O desassossego finda.
Você não morde mais os lábios quando lembra daquela pessoa.
Você sequer se lembra dela com frequência. Você não perde mais a noção do tempo no trabalho, no banho, na caminhada.
A surpresa esgota. A inquietude encerra. O medo não aparece
mais.
Você não planeja mais loucuras. Você não chora mais de
saudade.
A graça se perde.
Você passa a conseguir viver sem aquela pessoa. Você passa a
querer viver sem aquela pessoa.
O amor acaba. E você percebe.
E dói. E desespera. E faz chorar.
E dá saudade. E dá tristeza. E rasga o coração.
E faz você querer mudar tudo. Faz você querer voltar no
tempo.
E dói, mais um pouco. Uma hora passa, mas ainda dói. Por muito tempo.
Você só não queria que fosse com você, você só não queria
ser “aquela pessoa”.
Mas sabia que esse dia poderia chegar. Sabia que realmente chegaria.
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