domingo, 22 de dezembro de 2013

Não existem finais felizes

Mari D'Amore

Nos últimos tempos, todos os anos terminam com “finalmente” e “comece logo o próximo” em minha vida.
Sonho com mudanças radicais que venham por meio de uma simples queima de fogos na praia. Parece um alívio terminar um ciclo difícil e enxergar a possibilidade do novo ter tudo melhor, tudo diferente.
Parei com isso.
Parei porque cada ano parece ser pior que o anterior, com problemas e desafios maiores, frustrações maiores, perdas maiores.
Parei porque o que acabei de dizer pode não passar de uma impressão muito particular minha - mas que ninguém me diga isso, afinal, eu sei onde o meu calo aperta e não aceito minimizações de minha dor por terceiros.
Parei porque acreditar que é preciso um ano terminar para as mudanças acontecerem, pode ser um facilitador da minha insanidade e insatisfação permanentes.
Parei porque finais de ano são sempre difíceis. Reclamar, sofrer, se isolar não resolverá nada.
Finais são sempre dolorosos. De ano, de projeto, de relacionamento, de histórias, de vida, de sonhos.
Não há finais felizes, os finais são a parte mais triste, já disse o poeta Shel Siverstein.
Se é o fim, será triste. Será doloroso. Deixará saudade ou qualquer outro sentimento difícil de lidar.
É para isso que os finais existem: dar um ponto final, que irá sempre causar tristeza ou estar ligado a algo muito triste. Ou negativo. Ou frustrante.
Então, vamos deixar os finais de lado, esquecer do quão tristes eles costumam ser.
Vamos então apenas torcer para caminhos alegres. O final a gente já sabe do que se trata mesmo.
Então, já que os finais nunca são felizes eu quero, por favor, felizes começos e meios. Obrigada.

4 comentários:

Bernardo disse...

Adorei, muito inspirador.
Quero começos e meios felizes, também. Abraços.

Mari Campos - Pelo Mundo disse...

Que o caminho em 2014 seja suave, inspirador e cheio de boas novas <3

Anônimo disse...

Enjoy the ride. =)

Mariana disse...

Nossa, adorei