Ela pegou o papel,
a caneta. Escreveu três palavras, riscou duas, escreveu mais sete. Riscou uma.
Ela pulou para a
outra linha e foi seguindo. Riscou a frase toda, de uma vez só, sem dó nem
piedade.
Tentou novamente.
Trocou a caneta pelo lápis, a página rabiscada por uma branquinha, limpinha,
novinha.
Percebeu que o que
tinha riscado não sumiria. Talvez do papel, mas da cabeça não.
Seguiu escrevendo.
Em letras de forma, corridas, grandes, pequenas, frases longas e outras bem
curtas. E outras mais curtas.
terminou
apenas
com
palavras
separadas
sem
e
sem
qualquer
nexo.
Mas seguiu ali, contando palavras, frases,
parágrafos. Achou que precisava de mais, muito mais. Depois mudou de ideia,
pensando que queria menos e menos e menos.
Começou a desenhar.
Estrelas, setas, corações, quadrados, caracóis, linhas, bolinhas...
E ainda não estava bom.
Estrelas, setas, corações, quadrados, caracóis, linhas, bolinhas...
E ainda não estava bom.
Ela queria revolucionar,
escrever algo incrível, fantástico, inesquecível.
Mas, ali, com o
papel na mesa e o lápis na mão, ela tomou a decisão mais difícil de todas:
desistir.
Sequer colocou o
ponto final, apenas derrubou o lápis sobre o papel, levantou da cadeira e foi
andando, calmamente, até a cozinha, para tomar um café.
“Não se pode ser
bem sucedida em tudo que se tenta” pensou, sabiamente.
Um comentário:
Desistir é um passo para recomeçar! ;)
Postar um comentário