quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Quando depende só de nós

Tomar uma decisão não é, e nunca foi uma tarefa das mais fáceis. Alguns a consideram a mais difícil, a mais complexa, a mais dolorida.
Des Dearlove afirmou que  “as decisões são a essência do gerenciamento e da liderança, esta sem tomada de decisão é um vácuo”, portanto, por mais que você possa pensar que decisões sejam simplesmente uma árdua tarefa, elas, mais simplesmente ainda, farão parte do dia-a-dia de qualquer pessoa. Trate de se acostumar.
E que tudo que aconteça na vida tenha uma decisão envolvida. Isso não é um pedido ou uma maldição, é apenas uma constatação. Do momento que acordamos à hora que vamos dormir tomamos decisões - isso quando elas não aparecem nos nossos sonhos, apenas para completar o ciclo diário. É como acontece com as mulheres do livro "Porque homens fazem sexo e mulheres fazem amor" de Barbara e Allan Pease, que afirma que mulheres têm algumas milhares de palavras para falar ao dia, e quando falam muito à noite, antes de dormir, é apenas o momento de gastar as que ainda faltam. As decisões são assim. Caso não sejam em quantidade ou intensidade suficientes naquele dia, tenha medo dos sonhos, ou do dia seguinte... Isso não ficará em vão!
Como se não bastassem as horas de pesquisa, leituras, pensamentos, opiniões, conselhos, palpites e, no caso de alguns (quem?) choro, peso na consciência, inquietação, chocolates e olhares vazios por horas, ainda tem o temido julgamento.
O pior de uma decisão importante é quando apenas você acredita estar certo, enquanto o resto do mundo te reprova, não concorda, questiona e, pior, se decepciona. São aqueles momentos de desespero "o que foi que eu fiz?" ou de tentativa de aceitação própria "eu sei muito bem que eu fiz". Mas e quando não é bem assim? E quando nos momentos seguintes os resultados aparecem, tomam sua certeza, seus pensamentos e quando você achava que havia se livrado da árdua tarefa, as consequências chegam e te atormentam, te assolam, te enlouquecem.
Mas, Mário Quintana já disse que "o pior dos problemas da gente é que ninguém tem nada com isso", e já que você está encarando "probleminhas" você tem algumas opções. Não ouvir ninguém é uma delas, já que ninguém tem nada a ver com isso mesmo. Assumir o erro é outra, então resolva seus problemas, rapidinho, sem delongas, explicações nem medo... Errou, assuma!
Então o que seria mais complicado: decidir ou assumir os erros? Na verdade, o que torna a decisão complicada é o medo de errar. Claro, simples assim! E quando decepcionar as pessoas acompanha a sua decisão?
Existe uma questão que vai além de liderança, de independência, de maturidade, de vida adulta e responsável. Existem expectativas sobre todas as pessoas. Para umas mais, para outras, menos. Mas sempre há. E por mais que qualquer conceito ou afirmação, da psicologia mais barata de banca de jornal até pensamentos elevados como os de Dalai Lama e Jesus Cristo, nos leva a pensar que a expectativa está conosco e que, a grosso modo, ninguém tem nada a ver com isso pois não estamos no mundo para atender às expectativas de ninguém, elas existem e percorrem nossos momentos mais simples e mais complexos.
E depois de toda a luta, a batalha pela resposta definitiva, pela tomada de decisão, o alívio de ter se pronunciado, a sensação de ter se livrado dessa tarefa, ainda tem aquele comentário decepcionado, triste, carregado de desapontamento de alguém próximo que diz qualquer coisa mas nas entrelinhas o que se ouve é "não acredito que essa seja a sua decisão".
Nesse momento, se for melhor assumir o erro, esteja certo de que você concorda que tenha sido um erro. No mais, o seu erro pode ter sido um medo não mensurável do desconhecido, do novo, do inesperado. De fato, o mundo é constituído de corajosos que vencem e medrosos que estão fadados à estagnação ou ao fracasso, mas há sempre a chance de mudar, virar a mesa, assumir o jogo e sua vida. 
Se, de fato, você achar que errou, tudo bem, você acerta da próxima vez. Se não enxergar o erro, relaxe e siga em frente. Se a decisão tinha que ser sua é porque de fato você é quem realmente deveria tomá-la. O que sabemos e sentimos, muitas vezes, não pode ser explicado nem dividido. De agora em diante, é você com você, seus erros e seus acertos.
Mas como seria bom sempre ter apoio nas decisões, seria um conforto inexplicável. Mas não, a vida não seria tão generosa assim! No final, a jornada é de você com você mesmo. Arrependimento não pode ter lugar, desconsidere essa opção, definitivamente.

Boa Sorte!

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