quinta-feira, 29 de abril de 2010

À Deriva na sala de cinema à meia-noite

Sábado à noite. A sessão, 00h20. A sala, moderna e vazia. Era apenas eu naquele mar de poltronas.
O vazio fazia a tela parecer ainda maior do que é na realidade, e o silêncio trouxe uma certa liberdade. É, a liberdade de sentar do jeito que eu quisesse e, principalmente, de fazer vários comentários, e em voz alta (é, não estava totalmente sozinha, tive uma boa companhia na viagem de 30 minutos pela Dutra e, sim, eu gosto de falar durante o filme).
O filme eu esperava desde março. O diretor, Heitor Dhalia (lembram do cheiro do ralo???). A atriz, alguém que sempre adorei, Debora Bloch (a melhor no filme, com certeza.) A produção é da mulher que virou ídolo, Andréa Barata Ribeiro. Sem falar Alexandre Herchcovitch, Meirelles, Guta Carvalho e cia. ltda. (Não, não vou falar da Laura Neiva, a atriz encontrada no orkut).
A trilha sonora me lembrou, no 1o. segundo, meu filme e trilha favoritos: Amélie Poulain. E em uma das melhores cenas, ouço uma música que marcou a minha infância. A mesma dos créditos. Adorei.
Se todos os filmes nacionais que tenho visto ultimamente classifico sempre como "bom", "muito bom" e "excelente", À Deriva poderia ficar com o último nome, mas prefiro usar a palavra "lindo". (Mesmo que minha opinião possa não valer nada para um tantão de gente).
É lindo na fotografia, no cenário, nos atores. É lindo na trilha, no figurino, na história. (Estou me segurando para não falar que é lindo no Cauã Reymond).
A direção de arte, ótima. O desfecho, inesperado e me fez falar alto e rir.
É fato que quase fiquei decepcionada com uma cena que seria um belo cliché para um final, mas respirei aliviada quando percebi que não era o que pensava. E adorei.
Meu ID de menina má estava até querendo falar algo como "não gostei disso ou daquilo" mas meu bom senso é dominante, não deixaria.
O filme é belo, não consigo usar outra palavra. "Envolvente" foi o que ouvi da Pri, companheira da sala de exibição quase vazia. Exatamente isso: uma beleza que envolve.
Impressionada que brasileiros (ignorando as co-produções internacionais e focando na ficha técnica) são capazes de fazer algo lindo como À Deriva (porque o cinema brasileiro, para mim, era excelente até agora. Não lindo).
Adorei, corram AGORA para ver. Eu particularmente indicaria a sessão das 00h20, não fosse tarde demais para vocês assistirem a esse filme nos cinemas. Corra na locadora e alugue o DVD. Quer melhor? Assista sozinho ou a dois, com pipoca e guaraná champagne para lembrar a frança. E aperte play depois da meia-noite. O clima francês antigo vai ultrapassar a tela da TV, dê uma forcinha ao clima, não custa nada. 

E bom filme!

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