quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

O amor louco de Mr. Beyond

Crédito da foto não encontrado

Ele não ama ... ele adora, ele gosta, ele curte, ele se interessa.

Mr. Beyond traz consigo uma cerca, de ferro, construída por ele com mãos que suaram, mas não sossegaram enquanto não ergueram aquilo que seria uma enorme proteção, uma enorme segurança para um corpo cheio de energia e um coração cansado.

Ele sorri, ele ri. Ele faz rir, ele não chora. Será que faz chorar?

Ele afaga, elogia, abraça como se fosse perder entre os dedos, beija como se fosse a última oportunidade. Depois ele nega, foge, corre, machuca.

Ele diz que quer, mas depois que não quer, e que nunca quis.


Ele explica, explica e termina dizendo que certas coisas não precisam de explicação.


Ele surta em idéias, nunca concorda, mas ouve com olhar fixo. Causa timidez.


Ele é homem, é pai, é amigo, é companheiro. Não quer amar, mas guarda consigo um olhar apaixonante.


Seu sorriso é largo, conquistador. Ele não sonha, não planeja. Ele constrói, aos poucos, sua solidão, sua paz, sua tranquilidade.


Mr. Beyond é inconseqüente, é delirante, é surtante, é anti-social, mas
adorado.


Todos querem um pedacinho de Mr. Beyond e ele dá, desde que não seja de seu coração, cercadinho de arame farpado.

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Ele é doce, carinhoso. Seu corpo, ao mesmo tempo que cabe certinho nos braços e abraços, é grande o suficiente para cobrir por completo. Mr. Beyond tem a altura certa da audácia de um salto 7 e da fragilidade de um par de havaianas.


Sua boca traz a temperatura certa para qualquer momento. Seus olhos o carinho necessário. Pena ser tantas vezes negado.


Mr. Beyond enrola um coração em nós de marinheiro que persistem, mantendo a vontade, o desejo, a paixão.


Ele diz que não quer querendo. Ele machuca sem intencionar. Ele dói tentando não doer.


Ele é intenso e suave. Ele diz não quando quer dizer sim.


Mr. Beyond conquistou um frágil, durão e realista coração que sabe que nunca será pego pelas suas mãos quentes e aconchegantes, mas mesmo assim se entregou, esperando o inesperado. Por proteção ou talvez por puro sentimento.


Agora, aqui jaz um coração apaixonado que re-apaixona com cada beijo, cada olhar, cada abraço.

3 comentários:

Ticiana Ferolla Schvarcz disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Ticiana Ferolla Schvarcz disse...

Esse é o meu monólogo preferido, que se puder farei em todos os testes da minha vida. Não sei porque seu texto me lembrou dele, ou talvez de algo além dele. rs
Saudades maridaaa... Beijos

O MENTIROSO
Jean Cocteau

Eu queria dizer a verdade. Eu amo a verdade, mas ela não gosta de mim. Eis a verdadeira verdade, a verdade não gosta de mim. Logo que a digo, ela muda de figura e volta-se contra mim. Fico com a cara de mentiroso e todos me olham de esguelha. E no entanto, sou simples e detesto mentiras. Juro.

A mentira atrai encrencas incríveis, a gente mete os pés pelas mãos, tropeça, cai, e todo mundo caçoa de nós.
Se me perguntam algo, quero responder a verdade. A verdade me corrói. Mas aí, não sei o que se passa. Assalta-me uma angústia, um receio, um medo de ser ridículo e minto. Minto. Pronto. Tarde demais para voltar atrás.

E uma vez o pé na mentira, é deixar passar o resto. E não é cômodo, juro-lhes.

É tão difícil dizer a verdade. É luxo de preguiçosos. A gente tem certeza de não se enganar depois, e de não ter aborrecimentos mais tarde. Os aborrecimentos vêm logo no mesmo instante, e depois tudo se arranja. Enquanto que eu !... o diabo entra na dança.

A mentira não é um declive íngreme. São montanhas russas que nos arrebatam, cortando-nos o ar, detendo-nos o coração, apertando a garganta. Se amo, digo que não amo. Se não amo, digo que amo. Adivinhe o que acontece, é de enlouquecer os miolos! E não adianta parar-me diante do espelho e repetir-me: você não mentirá mais. Minto. Minto. Minto. Minto nas pequenas coisas e nas grandes também!

E se alguma vez me acontece dizer a verdade, por acaso... por surpresa... ela se retorce, se encarquilha, se encolhe, faz careta... e transforma-se em mentira! Os menores detalhes se combinam contra mim, provando que menti.

E... não é que seja covarde... em casa acho sempre o que devia responder e imagino as melhores saídas. Apenas na hora, fico paralisado e em silêncio. Chamam-me de mentiroso e engulo. Poderia responder: estão mentindo! Mas não acho forças para isso. Deixo-me insultar, rebentando de raiva. E é essa raiva acumulada em mim, que me dá ódio. Não sou mau. Sou até bom. Mas basta que me tratem de mentiroso para sufocar de ódio, eles têm razão. Sei que têm razão e mereço os insultos. Mas e daí?Não queria mentir e não posso suportar que não compreendam que minto à minha revelia, impulsionado pelo diabo.

Oh!... Vou mudar. Já mudei. Não mentirei mais. Hei de achar um jeito para deixar de mentir, para deixar de viver na tremenda desordem da mentira. Dir-se-ia um quarto desarrumado, arame farpado à noite corredores e corredores de sonho. Tenho que me curar. Hei de sair disso! De resto, dou-lhes uma prova. Aqui em público, acuso-me de meus crimes e exibo meu vício. E não vão pensar que gosto de exibir meu vício e minha fraqueza seja o cúmulo do vício. Não, não. Tenho vergonha! Detesto minhas mentiras e irei até os confins do mundo para não ser obrigado a fazer minha confissão.

E os senhores, dizem a verdade? ... os senhores devem mentir! Todos devem mentir sem parar, e gostar de mentir e achar que não mentem. Devem todos mentir a si.

Ticiana Ferolla Schvarcz disse...

PS: Seria o meu comentário um Post?? hehe

www.cine-rosebud.blogspot.com