sexta-feira, 25 de julho de 2008

Planos de vida

Alguém um dia me falou "Não se importe se você não souber, aos 22, o que quer fazer de sua vida. As pessoas mais interessantes que eu conheço não sabiam o que queriam da vida aos 22. E as mais interessantes de 44 ainda não sabem". Se você acompanha mensagens clichés, porém de uma serventia incalculável, talvez a reconheça.

No meu caso, reconheci essa frase desde a primeira vez, e isso seguiu nas próximas 29 vezes e meia que a ouvi com atenções convergentes, de alguém considerada "confusa" (segundo o Aurélio, "desordenado, perturbado, enleado, hesitante, perplexo").

Tento inserir essa frase nos meus dias, de forma a aceitar melhor a minha confusão, porém em todos os 365 que correm ao longo do ano eu a nego, não quero que a indecisão permaneça. Quero saber, definir, apontar, escolher agora, já, nesse instante.

Hoje é mais um dia de reflexão e eu devo admitir que a culpa é toda minha (e não de Freud que inventou a psicanálise). Talvez eu saiba onde quero estar, como quero estar e o que quero estar fazendo, porém admitir ter uma carreira sem o brilho de alguém que nasceu para fazer aquilo necessita muito mais coragem do que tenho guardada em mim.

Fazer o que amamos nem sempre significa fazer bem. Algumas coisas exigem talento, exigem aquele brilho Elizabeth Taylor ou Madonna que nem todos têm, e apenas fazê-lo, correndo o risco de saber que outras pessoas pensam que você não é tão boa assim, é assustador. Já disse diversas vezes que não me importo com o que as pessoas pensam de mim. Well, isso depende. Você sabe que depende.

Admitir um fracasso é para corajosos. Mas admitir que algo possa ser um sucesso exige uma alma muito leve. Tem para vender?

Hoje pesa a minha falta de coragem em decidir, em contar para todo mundo o que eu quero ser quando crescer. Compartilharei minha culpa, pois tenho medo de errar, de falar hoje e mudar amanhã e começar tudo outra vez.

Ouvi de uma sábia mulher que "Quem não sabe, se descobre. Me preocupa menos, afinal, descobrir é algo que realmente leva tempo e quando isso se desdobra, oferece mais capacidade para recomeçar, desistir, descobrir". Melhor ficar nos prós. Ao menos uma vez.

Acredito que as peças desse quebra-cabeça continuarão separadas por toda uma vida. Mas, e daí? Se hoje tenho 2 profissões (as ocupações são 5) por que não inserir mais algumas? Se, no final, me tornar artista de circo, ao menos poderei viajar todas as semanas e usar maquiagem todos os dias. E viva a diversidade! Será?

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