 O dia amanhece e o sol está começando a surgir no horizonte. Mais uma manhã fria em Taubaté. Ao sair de minha casa, tranco o portão com um cadeado e sigo meu caminho, a pé, pelas ruas do bairro. A caminhada é curta, cerca de 8 minutos, porém é possível encontrar pessoas indo trabalhar, jovens indo para a escola e senhoras, que já varrem as calçadas ou assistem os bichos de estimação passearem.
O dia amanhece e o sol está começando a surgir no horizonte. Mais uma manhã fria em Taubaté. Ao sair de minha casa, tranco o portão com um cadeado e sigo meu caminho, a pé, pelas ruas do bairro. A caminhada é curta, cerca de 8 minutos, porém é possível encontrar pessoas indo trabalhar, jovens indo para a escola e senhoras, que já varrem as calçadas ou assistem os bichos de estimação passearem. Em uma cidade que não se compara em diversos aspectos à minha, São Paulo, onde nasci, cresci e vivi tantas coisas, é possível ouvir um “bom dia” tão sincero, de alguém que nunca vi na minha vida. Mais comovente é ouvir novamente o cumprimento no dia seguinte, dessa vez acompanhado de um “tudo bem, querida?” como se fôssemos velhas conhecidas. O que surpreende é a sinceridade.
Os dias se passam e o início de uma nova vida na terra de Lobato já está distante, já vivo aqui há algum tempo, nesta cidade que não tem a calmaria do coreto da praça, não se pode ouvir os pássaros, mas mantém a simplicidade no pipoqueiro na rua, no evento para crianças nas praças nos finais de semana e em tantos outros aspectos.
Em uma cidade pequena, a convivência com as pessoas é mais intensa, quem o conhece sempre sabe algo que se passa na sua vida. O interesse é maior, as fofocas, também. Aqui, não é apenas o porteiro do prédio que sabe como eu saí, que horas saí e quando voltei. Muitas pessoas se interessam em saber sobre a vida dos outros. O banco da praça é lugar de conversa, a escadaria do colégio, da universidade, qualquer hora é hora para conversar, especialmente sobre a vida dos outros.
Talvez soe rude dizer que, aqui, como em muitas outras cidades do interior, as pessoas pré-julgam as outras, já que o interesse pela vida alheia chega antes do que o conhecimento sobre ela, porém, não é um conceito equivocado, nem injusto, muito menos hipócrita.
A frieza das pessoas em São Paulo pode ser negativa, mas tem uma vantagem: quem participa da sua vida é porque se interessa por você, amizades são verdadeiras, mesmo sendo poucas.
Conviver com as pessoas em Taubaté, para mim, é diferente, uma experiência a mais. É entender que se fala poRta, poRtão e poRteira, como o Jeca Tatu e ter que ouvir piadas sobre meu jeito de falar. Mas o que mais se destaca é o cinqüeNta, o sesseNta, o seteNta. Todos os “eNtas” são comentados, como se fosse o jeito mais feio de falar no mundo. É apenas diferente.
O pensamento do interior, o medo da cidade grande, o bom dia sincero para todos que passam na rua, o gosto pelas plantas no quintal de casa e pelo ar puro da manhã e eu aqui, procurando um semáforo, uma rua lotada, uma marginal engarrafada para lembrar da correria da grande cidade. Acho que vou descansar mais um pouquinho. As fofocas, eu dispenso.
 
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