Marianna D'Amore |
Ela foi até a esquina. Passos curtos e lentos até logo ali, a
esquina.
Depois, ela foi até a esquina novamente, mas com passos um pouco mais
longos, e decidiu ir um pouco mais adiante.
Foi então que ela decidiu que os passos deveriam ser mais
ágeis, e que deveriam levá-la metros e mais metros mais longe.
Os metros passaram a ser quilômetros e as vontades passaram
a ser barreiras. Primeiro alcançadas e, em seguida, quebradas.
Não importava muito se era preguiça ou alegria. Se era noite
ou dia. Se era com foco ou distraída. Se era vontade ou energia. Se era o que
precisava ou o que queria. Ir adiante era o que importava.
Ela não deixava de olhar para trás, mas nada a impedia. Ela
não tinha grandes pretensões, mas não permitia desistir. Foi assim, dia a dia,
mesmo quando os passos eram dados à luz da lua.
A velocidade não fazia grande diferença e nem se os passos
eram os mesmos do dia anterior. O que ela não parava era de caminhar.
Caminhando, passo a passo. Primeiro, com objetivos
determinados, algumas vezes sem saber exatamente aonde queria chegar, mas ela
não parava, não desistia. Desanimar, de vez em quando, mas isso não a fazia parar.
Na maioria das vezes, sozinha. Muitas vezes cansada, outras
até entristecida. Às vezes alegre, outras feliz, mas sempre indo em frente.
Era fazer querendo o contrário, mas querendo aquilo também,
de certa forma.
Muitas vezes doía. Na verdade, doía sempre. Era quase triste, e sempre apertava o coração. Mas ela seguia, passos e mais passos diariamente, porque assim tinha que ser.
Assim ela foi, dia após dia, noite após noite. Com dor, com
saudade, mas com força. Era
ela com ela e por ela. Passo a passo.
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