segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Um dia ...


Ler um livro e depois assistir a sua versão no cinema é um ambiente aconchegante, familiar. É como ir a uma festa apenas de amigos: você chega, se acomoda, interage, sem se preocupar com aqueles alguns (ou vários) minutos que se gasta conhecendo o terreno, tentando se encaixar naquele espaço, naquela situação, naqueles personagens todos.
Um sucesso de venda e crítica, UM DIA, de David Nicholls, foi um romance muito comentado, "virou moda". A história é interessantemente montada em quadros quase cronológicos que contam a vida de duas pessoas, juntas ou separadas, ao longo de 20 anos, partindo do dia que se conheceram. A descrição é sempre desse mesmo dia -15 de julho - de forma íntima e detalhista. Emma Morley e Dexter Mayhew– ou Em e Dex – vivem uma amizade cheia de altos e baixos – acompanhando a vida pessoal de cada um.
São pessoas comuns: vivem a busca pela realização profissional, pessoal, pelo amor, prazer, diversão, tomam decisões e se arrependem, mudam de opinião,de estilo, de cabelo, encaram problemas financeiros, a compra do primeiro apartamento, a reviravolta na carreira. Mas não se desligam. Se perdem, discutem, se enfrentam, mas não conseguem desconectar o que realmente os mantém unidos.
Infelizmente, os livros não são como os filmes. Ou os filmes não são como os livros. Na verdade, não importa porquê. Eles são apenas diferentes, não significa que um seja melhor que o outro. Nesse caso, o roteirista é Nicholls, o autor do livro, mas ele transmitiu para a tela uma história quase fiel ao livro, porém mais ágil, mais prudente, mais possível: fica claro que algumas coisas tiveram que mudar porque: 1) o filme conta uma história em menos de 2 horas e 2) existem coisas que não podem ser filmadas porque, simplesmente, dariam um trabalho que por vários motivos (incluindo dinheiro) alguém decide não tê-lo.
Voltando à história, é aquela de amor que a gente já sabe que pode resultar em um perfeito final feliz: amigos que percebem que se amam e decidem ficar juntos. As vantagens são muitas, especialmente o fato de que são duas pessoas que já se gostam, já se toleram, já se acostumaram uma com a outra e, portanto, é um relacionamento que já começa com respeito, admiração e carinho. Não, não é uma fórmula secreta que com certeza dará certo. Mas é um bom começo. E a história de Em and Dex é linda, vale a pena. E tem elemento surpresa!
Filme ou livro? Eu sempre indiquei ler o livro e então ver o filme, mas estou começando a mudar de ideia. Já que o livro é cheio de detalhes, cheio de desvios, diálogos mais longos, intensos, explicativos, talvez seja melhor ler depois de ver o filme. Ou, de repente, optar por um ou outro.
No filme, a trilha sonora, de Rachel Portman, e a fotografia, de Benoît Delhomme, merecem destaque.
No final, mais uma história de amor. Mas uma que vale a pena. 

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