Clube das Quattro

Essa semana uma nova janela de diálogos se abriu na tela do meu computador. Um bom dia sincero da minha eterna Barbie Conservadora. Em seguida, convidei a nossa Barbie Delírio para participar, que nos deixou há três anos para se esconder no mato do interior de São Paulo. Logo achei que faltava alguém e assim que ela apareceu foi convidada a participar, a nossa Barbie anti-social, direto do frio de Campos do Jordão.
Depois de tanto tempo, o Clube das Quattro se refez, em moldes pós-modernos, virtualmente. Mas não importa, são quatro cabeças bem diferentes mas afinadas, que trocam e destrocam, informam e desinformam, aconselham e pedem conselhos, uma loucura insanamente agradável que faz bem a qualquer hora.
Foram horas, deliciosas, de conversa pura. Enquanto uma contava seus trabalhos voluntários, outra fazia piada e trocadilhos com tudo, a outra relatava seu casamento, fim de casamento, começo de relação, término de relação, e a outra lamentava seu último caso de 'amor'.
Entre conselhos e comentários, soltava gargalhadas escandalosas e imaginava a carinha de cada uma do outro lado, não controlando o riso e ainda causando a curiosidade alheia, no ambiente de trabalho ou em casa mesmo (ou nos dois ao mesmo tempo).
Assim, vamos descobrindo como pessoas tão diferentes podem ser tão afinadas, tão parecidas. E melhor, como nos separamos, moramos uma em cada canto e ainda sim as trocas são válidas, preciosas, incomparáveis.
Os anos se passaram e aquele primeiro ano da faculdade de jornalismo ficou para trás, mas o carinho não. E como as trocas de palavras nos fazem bem, nos renovam! Como poder dar uma dica ou um conselho acrescenta, como ouvir um elogio aconchega, como rir sem parar rejuvenesce.
Nesse universo, uma é mãe de dois, separada, tem namorado, trabalha com política, é meio hippie, adora cor de rosa e mora no interior. A outra é insana, faz mil coisas ao mesmo tempo mas ainda não sabe o que quer ser quando crescer, adora concreto, é uma típica paulistana, sempre pronta para dar um conselho (ou pitaco, chame como quiser). Ainda tem a mãe de um, moradora do frio, independente, vezes mal-humorada, dona de palavras e cheia de respostas prontas e ácidas e cheia de outras cobertas de carinho. E a chaveirinho, nossa pequena prodígio, hoje em São José dos Campos, um coração com repelente à maldade, cheia de virtudes e vontades, a que vai casar na igreja e ter filhinhos bem educados.
Votos renovados, a hora é de novos planos, mas que provavelmente não serão concretizados. Mas tudo bem. São momentos como esse que nos fazem acreditar em destino, amizade, carinho, respeito, alegria, companheirismo e amizade para uma vida toda.
Ontem tínhamos o Clube das Quattro, hoje somos apenas 4 mulheres separadas, cada uma com sua vida para cuidar. Amanhã seremos algo a mais, não sabemos o quê, mas isso não importa. O que importa de fato é que cada uma preenche a outra de uma maneira única e as palavras surgem na hora exata, de cabeças pensantes e insensatas, perversas e moralistas, mas ainda sim, encantadoras!
Beijo para as primeiras quatro jornalistas da minha vida! Saudades.