terça-feira, 25 de outubro de 2011

Jack in the box


Sabe a caixa de surpresas? Que de quando em vez parece mais a caixa de pandora, com o fecho quebrado e completamente sem controle? É ela que carregamos, dia a dia, em nossas mãos. 

Às vezes ela simplesmente fica bem sobre nossas costas e vamos carregando, gerenciando, encaixando, dando aquele jeitinho.

Ela pode trazer tantas coisas... Risadas, paixões, um sorriso, um incômodo, uma raivinha, um desconforto.  Mas ela é cheia de sabor, isso não se pode negar.

Às vezes, ela nem parece se abrir, se manifestar. Coisas acontecem, se revelam em nossa vida e nem parece ser algo cuidadosamente preparado pela tal caixa, porém mais dia, menos dia, a gente descobre que é sim um trabalhinho dela.

Quantas vezes acordamos já cansados, sem vontade nem de arrumar o cabelo ou escolher um outfit lindo para o dia e, de repente, algo incrível acontece?

Quantas vezes o amanhecer nos dá um ar de alegria, cantamos no chuveiro e pensamos “hoje será um ótimo dia”, e tudo cai por terra e o que queremos é voltar para casa e ter uma conversa longa e molhada de lágrimas com o travesseiro?

Esse tempero – ou destempero – da vida por vezes chega a ser desesperador, mas é esse o maior desafio: lidar com as surpresas, com o inesperado, com o novo. Por mais interessante que possa soar, ou mais desanimador que possa sentir, os problemas são apenas problemas. A conquista é conseguir equilibrar e se manter equilibrado, nesse sobe e desce de emoções cotidianas.

Não, não existe fórmula mágica ou conselho cabível para o irremediável. Nunca aprendemos isso de fato, mas vivemos o dia a dia na tentativa de aceitar, digerir, controlar. 

O mais incrível é que tentamos, muitas vezes, trancá-la, amarrá-la, impedir qualquer chance de abertura, de escape. Mas ela não é assim, tem vontade própria, é incontrolável, vezes descabida. Sim, igualzinha a vida, de qualquer um, de todos nós. Seria igual ao futebol, não fosse essa comparação tão absurda.

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